Nos últimos anos, a China tem se destacado como uma das principais potências mundiais em inteligência artificial (IA), transformando-se rapidamente em um líder global nesta área. Este avanço não aconteceu por acaso; é resultado de uma estratégia bem delineada e de objetivos claros estabelecidos pelo governo chinês.
Em uma live recente organizada pela StartSe, foi discutido detalhadamente como a China planeja alcançar a liderança em IA até 2030, com metas específicas para 2020, 2025 e 2030.
Sumário
ToggleO início da jornada: objetivos para 2020
Em 2017, o governo chinês lançou um documento estratégico chamado “New Generation Artificial Intelligence Development Plan” (AIDP), que delineava suas ambições em IA.
O primeiro marco estabelecido no AIDP era que, até 2020, a China deveria estar em linha com os líderes globais em IA. Isso significava não apenas alcançar, mas também competir de igual para igual com as potências ocidentais, como os Estados Unidos e a Europa.
Para atingir esse objetivo, a China investiu pesadamente em pesquisa e desenvolvimento. Instituições acadêmicas e empresas de tecnologia receberam apoio substancial para inovar e publicar trabalhos de pesquisa em IA.
Um reflexo desse esforço pode ser visto no aumento significativo na produção de papers científicos relacionados à IA. Em pouco tempo, a China se tornou o país que mais produz artigos científicos na área, superando os Estados Unidos e a Europa.
Além disso, o governo incentivou a criação de startups e o desenvolvimento de tecnologias emergentes. Empresas como Baidu, Alibaba e Tencent lideraram o caminho, investindo em tecnologias avançadas e construindo ecossistemas robustos de inovação. Essa fase inicial foi crucial para estabelecer as bases necessárias para os próximos passos da estratégia chinesa.
Avanço e consolidação: metas para 2025
Com a chegada de 2025, a China tinha como objetivo se tornar líder mundial em IA em certos segmentos. Essa meta intermediária envolvia a consolidação das tecnologias desenvolvidas na fase anterior e a aplicação dessas inovações em setores estratégicos da economia.
Um dos grandes impulsos para essa fase veio da adoção generalizada de tecnologias de IA em diversos setores, como saúde, transporte, educação e segurança.
A inteligência artificial começou a ser integrada em sistemas de diagnóstico médico, veículos autônomos, plataformas de aprendizado e sistemas de vigilância, demonstrando sua capacidade de transformar diferentes áreas da sociedade.
Um exemplo notável desse avanço é o desenvolvimento dos modelos Transformers, popularizados pelo GPT (Generative Pre-trained Transformer). Em 2017, oito engenheiros do Google publicaram um artigo que introduziu essa nova arquitetura de IA, que rapidamente se tornou a base para muitas das inovações subsequentes na área.
A China, ao reconhecer o potencial dessa tecnologia, investiu massivamente na criação e implementação de modelos semelhantes, o que acelerou seu progresso em IA.
Outro aspecto importante foi a cultura de rápida imitação e aprimoramento, característica das empresas chinesas. Conforme discutido na live da StartSe, muitas empresas na China adotaram uma abordagem de copiar e melhorar, o que lhes permitiu iterar rapidamente sobre inovações tecnológicas e, em muitos casos, superar os originais ocidentais.
Essa capacidade de adaptação e melhoria contínua foi fundamental para posicionar a China como líder em segmentos específicos de IA até 2025.
A liderança global: objetivos para 2030
O objetivo final do AIDP é que, até 2030, a China se torne a principal superpotência global em IA. Isso implica não apenas liderar em termos de pesquisa e desenvolvimento, mas também dominar a aplicação prática e a comercialização das tecnologias de IA em uma ampla gama de setores.
Uma das áreas em que a China está investindo fortemente para alcançar esse objetivo é a computação quântica. Conforme discutido na live, a computação quântica representa a próxima grande fronteira na evolução da IA, oferecendo potencial para resolver problemas complexos de forma muito mais rápida e eficiente do que os computadores tradicionais.
A China já possui alguns dos maiores computadores quânticos do mundo e continua a investir em pesquisa para desenvolver essa tecnologia emergente.
Além disso, a China está focada em desenvolver a chamada “inteligência artificial geral” (AGI), que é vista como o próximo grande passo na evolução da IA. A AGI representa a criação de máquinas com capacidade cognitiva equivalente à dos seres humanos, capazes de realizar qualquer tarefa intelectual que um ser humano possa executar.
Embora ainda haja muitos desafios a serem superados para alcançar a AGI, a China está comprometida em liderar essa corrida, investindo em pesquisa fundamental e aplicada.
A estratégia da China para dominar a inteligência artificial até 2030 é um exemplo de planejamento estratégico e execução coordenada em larga escala. Com objetivos claros para 2020, 2025 e 2030, a China tem demonstrado um progresso notável na área de IA, impulsionado por investimentos massivos, inovação contínua e uma cultura de rápida adaptação e melhoria.
À medida que nos aproximamos de 2030, é evidente que a China está posicionada para se tornar a líder global em inteligência artificial, moldando o futuro da tecnologia e influenciando profundamente a economia global.
Para empresas e profissionais de todo o mundo, entender essa estratégia e acompanhar de perto os desenvolvimentos na China será crucial para navegar no cenário tecnológico emergente e aproveitar as oportunidades que a revolução da IA traz.
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