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Quase metade dos profissionais de TI deixaria o emprego se perder a flexibilidade e o RH já sente a pressão

Quase metade dos profissionais de TI deixaria o emprego se perder a flexibilidade e o RH já sente a pressão

A pesquisa Talent Trends Tech 2025 revela que exigir mais presencialidade pode acelerar o turnover e enfraquecer a marca empregadora — um alerta urgente para gestores que querem reter talentos qualificados.

Você pode estar prestes a perder seus melhores talentos — e talvez ainda nem saiba disso. Uma decisão aparentemente simples, como exigir mais dias de presencial, pode desencadear um efeito dominó capaz de esvaziar equipes inteiras de tecnologia.

A nova edição do Talent Trends Tech 2025, da consultoria global Michael Page, acende um alerta vermelho para empresas que tratam a presença física como sinônimo de produtividade.

O levantamento, realizado entre novembro e dezembro de 2024 em 36 países com cerca de 5 mil profissionais de tecnologia, revela que 47% dos brasileiros da área de TI deixariam seus empregos se fossem obrigados a aumentar sua ida ao escritório — um percentual que supera as médias da América Latina (46%) e global (41%).

A exigência do presencial pode custar caro: por que as empresas subestimam esse risco

Líderes que pressionam por mais “cadeiras ocupadas” acreditam que proximidade gera entrega. O estudo mostra o contrário. A busca por controle, e não por desempenho, está pressionando profissionais a repensarem sua permanência.

Segundo a Michael Page, a flexibilidade deixou de ser diferencial — ela se tornou parte essencial do pacote que define bem-estar, produtividade e permanência.

“Profissionais de TI valorizam autonomia, confiança e resultados. Ambientes que priorizam controle tendem a afastá-los”, afirma Juliana França, gerente executiva da consultoria.

Para setores altamente competitivos, esse erro pode custar meses de recrutamento, salários inflacionados e impacto direto na continuidade de projetos estratégicos.

Produtividade no home office: o dado que desmonta a lógica do controle

A percepção de que “em casa se trabalha menos” não resiste aos números.
Segundo o levantamento:

Ou seja: produtividade não depende de presença física — depende de clareza, comunicação e alinhamento de expectativas.

A consultora da Michael Page reforça o alerta:

“Produtividade está ligada à clareza de objetivos e não à presença física. Ignorar essa realidade pode gerar insatisfação e evasão de talentos.”

Para empresas que enfrentam atrasos, retrabalho e demandas crescentes, insistir no presencial pode intensificar os problemas — não resolver.

Qualidade de vida lidera prioridades: o que realmente importa para o profissional de TI

O estudo revela uma mudança profunda na mentalidade da força de trabalho. Quando questionados sobre o que mais valorizam no trabalho, os profissionais brasileiros responderam:

  1. Equilíbrio entre vida pessoal e profissional — 42%

  2. Saúde mental — 19%

  3. Satisfação no trabalho — 17%

  4. Bom salário — 15%

  5. Sucesso na carreira — 6%

A mensagem é clara: flexibilidade é parte central da qualidade de vida.

Mais tempo com a família, redução do estresse de deslocamento, rotinas ajustáveis e ambientes mais silenciosos favorecem performance — e retenção.

A pesquisa reforça que políticas como:

A estratégia por trás da flexibilidade: como as empresas podem responder ao novo cenário

A adoção de modelos híbridos bem estruturados deixou de ser uma questão de “preferência corporativa” e passou a ser um fator de competitividade.

Empresas que entendem isso conseguem:

E mais: companhias que insistem em políticas rígidas tendem a perder mercado. A fuga de profissionais de TI já não é uma tendência: é uma realidade mensurável.

Brasil acima da média global: o que isso revela

O fato de o Brasil registrar um índice maior que o global mostra que o trabalhador brasileiro de tecnologia é ainda mais sensível à perda de autonomia.

Isso pode estar relacionado a:

Na prática: quem não oferece flexibilidade no Brasil está competindo em desvantagem.

Tendência irreversível até 2025 — e além

O Talent Trends Tech 2025 não analisa apenas o momento atual: ele projeta como o mercado deve evoluir.

Segundo a Michael Page, o trabalho remoto e híbrido deve continuar crescendo globalmente, impulsionado por:

A consultoria alerta: flexibilidade é uma estratégia de retenção — não um benefício.
E quem entender isso primeiro, vence.

Ignorar os sinais pode custar seus melhores talentos

O recado dos profissionais de TI é contundente: flexibilidade é inegociável.
Exigir presença física sem critério pode desencadear demissões, queda de produtividade e desgaste interno — exatamente o oposto do que líderes buscam ao aumentar o controle.

Com 47% dispostos a pedir demissão diante de políticas rígidas, o RH precisa se posicionar estrategicamente, embasado em dados, diálogo e visão de futuro.

Empresas que enxergarem essa transformação com seriedade conquistarão não só talentos, mas também equipes mais engajadas, estáveis e produtivas.

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