Home office e modelo híbrido continuam em alta, mas empresas precisam seguir novas regras para não correr riscos.
O home office pode parecer simples, mas um erro no contrato ou na gestão de ponto pode custar caro para sua empresa. Em 2025, as regras do trabalho flexível estão mais claras — e ignorá-las pode gerar multas e ações trabalhistas.
Com a consolidação da Lei 14.442/22 e os efeitos ainda presentes da Reforma Trabalhista, empresas que adotam jornadas híbridas, home office ou horários reduzidos precisam redobrar a atenção com as obrigações legais. Entenda neste guia o que muda e como aplicar tudo sem dores de cabeça.
O que é a jornada de trabalho flexível?
A jornada flexível abrange modelos como:
Home office (teletrabalho)
Modelo híbrido (parte presencial, parte remoto)
Jornada reduzida (menos horas diárias ou semanais)
Esses formatos visam adaptar o trabalho à rotina do colaborador e à estratégia do negócio. São comuns em empresas de tecnologia, consultorias e setores administrativos — mas ainda geram dúvidas quanto à legislação.
O que a lei trabalhista exige em 2025?
A legislação aplicada é, em essência, a mesma da CLT para trabalhadores presenciais. Mas a jornada flexível traz particularidades que precisam ser ajustadas no contrato de trabalho.
Segundo a Lei 14.442/22, os pontos de atenção são:
Atividades descritas no contrato: o que o colaborador fará precisa estar detalhado no documento.
Estrutura fornecida: a empresa deve garantir materiais como computador, cadeira e conexão de internet.
Auxílio para despesas: pode ser necessário custear parte das ferramentas exigidas pelo trabalho remoto.
Empresa pode mudar de home office para presencial?
Sim. A lei permite a alteração do regime, desde que o colaborador seja avisado com no mínimo 15 dias de antecedência. Caso o retorno ao escritório gere novos custos, como transporte, a empresa deve arcar com o básico — mas não com despesas extras como mudança de moradia.
Trabalho remoto exige marcação de ponto?
Sim! Mesmo no home office, o colaborador deve seguir as regras da jornada de trabalho, incluindo:
Marcação de ponto (digital ou manual)
Intervalo para refeição
Carga horária acordada
Empresas que não fazem esse controle correm risco de multas por descumprimento da legislação. Sistemas digitais, como os da Solids, ajudam o RH a gerenciar equipes à distância com segurança.
Segurança do trabalho no home office também é obrigação da empresa
Outro ponto ignorado por muitos empregadores é que a segurança no trabalho remoto também é responsabilidade da empresa. É necessário orientar o colaborador sobre ergonomia, pausas e riscos associados às suas atividades, mesmo em casa.
Desrespeitar essa obrigação pode resultar em processos ou autuações, caso ocorram acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.
O que acontece se a empresa descumprir essas regras?
Ao não seguir as normas, a empresa fica sujeita a:
Multas administrativas por fiscalizações
Processos trabalhistas movidos por colaboradores
Passivo trabalhista crescente e prejuízos financeiros
Por isso, cada item precisa estar muito bem documentado e comunicado ao colaborador — desde a jornada até os materiais utilizados.
Vantagens e desafios do trabalho flexível
Benefícios:
Redução de tempo com deslocamento
Mais qualidade de vida para o colaborador
Potencial aumento de produtividade
Desafios:
Gestão de equipes à distância
Manutenção da cultura e comunicação interna
Exigência de ferramentas digitais eficazes
Não existe fórmula pronta. Cada empresa deve analisar sua operação e sua equipe para decidir se a jornada flexível é viável — e se sim, como implementá-la corretamente.
Como implementar a jornada flexível de forma segura e produtiva
Veja um passo a passo prático para aplicar o trabalho remoto ou híbrido sem riscos:
Defina regras claras: horários, atividades e metas devem estar no contrato.
Comunique tudo por escrito: use termos aditivos ou contratos específicos.
Forneça estrutura adequada: mobiliário, tecnologia e, se necessário, auxílio financeiro.
Implemente sistemas de ponto digital: garanta o controle de jornada com praticidade.
Treine gestores: liderança à distância exige preparo e feedbacks constantes.
Documente as mudanças: qualquer alteração de regime precisa ser formalizada com antecedência.
Em 2025, o trabalho flexível segue como tendência — mas apenas empresas preparadas conseguirão unir produtividade, bem-estar e segurança jurídica.
O RH tem papel fundamental nesse processo: desde a elaboração dos contratos até a gestão contínua dos colaboradores à distância. E lembre-se: não seguir as normas pode custar caro.
Quer evitar passivos trabalhistas e modernizar sua gestão? Comece hoje a revisar seus contratos e ferramentas. A jornada flexível é o futuro — mas só para quem estiver pronto para ela.
