Descubra quais estilos de liderança estão moldando o futuro das empresas e como direcionar o foco para stakeholders e sustentabilidade.

A maneira como empresas brasileiras exercem sua liderança está passando por uma transformação. Um estudo inédito da Fundação Dom Cabral (FDC) trouxe à tona os principais estilos de liderança que têm definido o cenário corporativo nacional: responsável, adaptativa e ágil. De acordo com a FDC, esses três modelos de gestão são os mais praticados no Brasil e refletem a adaptação das empresas a um mercado que exige mais responsabilidade e rapidez.

O levantamento, que será realizado anualmente, aponta que as empresas precisam, cada vez mais, priorizar os stakeholders e adotar práticas sustentáveis, em vez de focar apenas em processos internos. “Somente as empresas que se preparam para deixar um legado sustentável sobreviverão”, afirma Antônio Batista, presidente da FDC, ao destacar que a liderança precisa ser repensada para que as organizações deixem um impacto positivo no ecossistema ao seu redor.

Liderança responsável: quando a sustentabilidade é prioridade

A liderança responsável se destaca entre os três estilos analisados como um diferencial para empresas que desejam se manter relevantes e bem vistas. Esse modelo coloca a sustentabilidade e o impacto positivo no centro das decisões. Empresas que seguem esse estilo de liderança entendem que seu papel vai além do lucro: elas têm uma responsabilidade com a sociedade e o meio ambiente.

Antônio Batista, presidente da FDC, reforça que apenas as empresas que constroem um legado sustentável sobreviverão no longo prazo. Com consumidores e investidores cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental, a liderança responsável se torna um diferencial competitivo, atraindo talentos e criando uma imagem de marca sólida e positiva.

Liderança adaptativa: a chave para a flexibilidade

Outro estilo em ascensão no Brasil é a liderança adaptativa, que se destaca pela capacidade de ajustar rapidamente estratégias e práticas. Em um mercado em constante mudança, a adaptabilidade é essencial para que empresas enfrentem novos desafios e acompanhem as demandas dos consumidores.

Líderes adaptativos incentivam a inovação e criam uma cultura de flexibilidade, garantindo que as empresas possam reagir a crises e se alinhar a novas realidades, como mudanças tecnológicas e econômicas. Essa flexibilidade aumenta as chances de sucesso em momentos de instabilidade e permite que as empresas estejam preparadas para aproveitar oportunidades.

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Liderança ágil: velocidade para acompanhar o mercado

A liderança ágil completa o trio dos estilos principais identificados pela pesquisa da FDC. Agilidade é fundamental para empresas que desejam acompanhar a velocidade do mercado e responder prontamente às demandas dos consumidores. Esse modelo enfatiza a importância de processos simplificados e de uma estrutura de tomada de decisão rápida e eficiente.

Com a liderança ágil, as empresas têm a oportunidade de inovar com maior rapidez e se manter à frente da concorrência, posicionando-se estrategicamente. É um estilo essencial para cenários onde o tempo é um recurso crítico, e empresas que o adotam têm uma capacidade elevada de responder a tendências e desafios emergentes.

Discrepâncias na percepção da liderança: níveis hierárquicos e o desafio da integração

O estudo da FDC também identificou uma diferença interessante entre os níveis hierárquicos das empresas entrevistadas. Enquanto os executivos de alto escalão percebem uma presença maior de liderança responsável, gerentes e diretores de nível intermediário enxergam mais ênfase nas lideranças voltadas à inovação e ao cliente.

Essa discrepância indica um possível desalinhamento entre as prioridades estratégicas e os processos de gestão nas diferentes camadas da organização, e Paulo Vicente, diretor de pesquisa aplicada da FDC, recomenda que as empresas busquem uma integração mais alinhada entre todas as hierarquias, reforçando o foco em stakeholders e impactos positivos.

Porte da empresa e foco estratégico: grandes organizações e sustentabilidade; pequenas e médias e a inovação

Outro aspecto destacado pela FDC foi a diferença no foco de liderança conforme o porte das empresas. Empresas grandes, com mais de 500 funcionários, precisam se concentrar mais na sustentabilidade e nas necessidades dos stakeholders, enquanto as empresas menores, de pelo menos 100 funcionários, devem priorizar a inovação para se destacarem.

Esse direcionamento ajuda a alinhar os esforços de cada empresa ao seu contexto e ao mercado onde atuam. Empresas maiores têm uma responsabilidade adicional em liderar com impacto positivo e responsabilidade social, enquanto empresas menores encontram na inovação um meio de se diferenciar e conquistar espaço no mercado.

Uma liderança estratégica para o futuro

Os três estilos de liderança revelados pelo estudo da FDC—responsável, adaptativa e ágil—são ferramentas essenciais para que as empresas brasileiras enfrentem os desafios de um mercado exigente e construam uma gestão com impacto. Para sobreviver e prosperar, as empresas precisam agora priorizar a sustentabilidade, abraçar a inovação e estar prontas para responder rapidamente às demandas do mercado, criando uma cultura de liderança que envolva todos os níveis hierárquicos e esteja alinhada ao propósito de deixar um legado positivo.