O que está por trás da nova onda de desligamentos abruptos e como o RH pode reagir.

Prepare-se para uma nova onda de mudanças no mercado de trabalho! A geração Z está declarando guerra aos ambientes tóxicos e práticas corporativas ultrapassadas, trazendo à tona o conceito de “revenge quitting” — ou “demissão por vingança”. Esse fenômeno, que deve atingir seu auge em 2025, já está transformando a forma como empresas lidam com seus talentos.

O que é o “revenge quitting”?

O termo descreve o ato de pedir demissão como uma forma de protesto contra insatisfações acumuladas no ambiente de trabalho. Falta de reconhecimento, estagnação profissional e culturas organizacionais rígidas estão no centro desse movimento, especialmente para a geração Z, conhecida por exigir mais de seus empregadores.

De acordo com especialistas, esse comportamento vai além de buscar novas oportunidades: ele é uma mensagem direta às empresas para que evoluam. “Os profissionais de hoje têm opções e confiança para exigir mais. Quando essas demandas não são atendidas, eles simplesmente saem”, afirma Marais Bester, consultor sênior da SHL.

Por que a geração Z lidera essa tendência?

Diferentemente das gerações anteriores, os profissionais da geração Z têm tolerância zero para ambientes desmotivadores. Eles priorizam:

  • Flexibilidade no trabalho: preferem modelos híbridos ou remotos;
  • Propósito e inclusão: querem empresas alinhadas aos seus valores;
  • Crescimento profissional: buscam planos claros de carreira.

Beth Hood, especialista em liderança, destaca: “A insatisfação raramente surge de um único evento. É o acúmulo de fatores como falta de conexão e propósito no trabalho que leva à ruptura.”

Impactos do “revenge quitting” no RH

Empresas que ignoram os sinais de insatisfação estão enfrentando custos elevados com rotatividade e dificuldades para reter talentos. Um estudo da plataforma Glassdoor aponta que 65% dos profissionais se sentem estagnados em suas funções atuais, o que intensifica a busca por novos horizontes.

Além disso, a desconexão entre líderes e equipes tem gerado ambientes tóxicos. Segundo a Businessolver, 42% dos trabalhadores classificam seus ambientes de trabalho como prejudiciais à saúde mental.

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Como evitar a “demissão por vingança”?

Especialistas sugerem ações práticas para reduzir os impactos desse fenômeno:

  1. Promova líderes empáticos: Líderes precisam ouvir ativamente e criar conexões reais com as equipes.
  2. Ofereça flexibilidade: Modelos híbridos e benefícios ajustados às demandas atuais são essenciais.
  3. Valorize o colaborador: Reconhecimento genuíno e planos claros de crescimento são indispensáveis.
  4. Foque na cultura organizacional: Transparência, inclusão e propósito devem estar no centro das estratégias.

“Empresas que não evoluírem correm o risco de perder talentos valiosos para concorrentes mais alinhados às demandas do mercado,” alerta Matt Paese, especialista em liderança da DDI.

Uma mensagem para o RH

A “demissão por vingança” é mais do que uma tendência: é um alerta claro para líderes e empresas. A geração Z trouxe à tona a necessidade de ambientes mais saudáveis, conectados e focados no crescimento individual. Para o RH, isso significa repensar práticas e abraçar mudanças antes que seja tarde demais.

Como diz Marais Bester: “Evoluir não é mais uma escolha, é uma questão de sobrevivência.”