Geração Z confia mais na IA do que nos gestores. Descubra o impacto disso no RH e como equilibrar tecnologia e liderança.
A nova geração está redefinindo o ambiente de trabalho – e isso inclui quem (ou o quê) eles escolhem como referência profissional. Um estudo recente revelou um dado preocupante para líderes e gestores de RH: 41% da Geração Z confia mais na IA do que nos gestores para obter respostas e orientações no trabalho.
Esse comportamento levanta uma questão crucial para as empresas: a dependência da IA pode comprometer o desenvolvimento profissional e a comunicação dentro das equipes? Ou será que a tecnologia é apenas um reflexo das mudanças inevitáveis nas relações de trabalho?
Por que a Geração Z confia mais na IA do que nos gestores?
O estudo conduzido pela empresa de IA Pearl, em parceria com a Censuswide, aponta uma tendência clara: jovens profissionais recorrem mais à inteligência artificial do que à liderança humana no ambiente corporativo.
Entre os principais motivos para essa mudança, destacam-se:
- Ansiedade social e insegurança – 83% dos jovens relatam sentir desconforto ao fazer perguntas diretamente a um gestor.
- Rápida adaptação à tecnologia – Diferente das gerações anteriores, a Geração Z cresceu resolvendo problemas por meio de pesquisas online e chatbots.
- Falta de confiança nos líderes – Muitos jovens sentem que seus gestores não entendem suas dificuldades ou não estão acessíveis para ajudá-los.
- Imparcialidade da IA – Para a Geração Z, a inteligência artificial oferece respostas objetivas, sem julgamentos ou viés pessoal.
No entanto, essa nova dinâmica traz desafios sérios para o RH e a gestão de pessoas, que precisam equilibrar o uso da IA com a importância da interação humana no desenvolvimento profissional.
O impacto da IA na comunicação e no engajamento da equipe
Embora a IA seja uma ferramenta poderosa, a substituição das interações humanas por algoritmos pode comprometer aspectos fundamentais da cultura organizacional.
- Redução da comunicação interpessoal: Funcionários que evitam gestores podem ter dificuldades para trabalhar em equipe e lidar com feedbacks diretos.
- Erros e informações imprecisas: A IA nem sempre está correta – uma pesquisa da Universidade Purdue mostrou que o ChatGPT errou em 52% das respostas sobre programação.
- Dificuldade em desenvolver soft skills: A capacidade de resolver conflitos, negociar e se comunicar efetivamente é essencial para o crescimento profissional – e não pode ser ensinada por uma IA.
Para o RH, o desafio é claro: como engajar essa geração e criar um ambiente onde a tecnologia seja uma aliada, e não um substituto das relações humanas?
Como o RH pode equilibrar IA e interação humana?
A solução não é evitar a IA, mas integrá-la estrategicamente ao ambiente de trabalho, garantindo que ela complemente, e não substitua, a liderança humana.
Aqui estão três ações práticas que os profissionais de RH podem adotar:
1. Reconheça que a IA já faz parte do ambiente de trabalho
Ignorar essa realidade não é uma opção. Empresas devem estabelecer diretrizes claras para o uso da IA, garantindo que os colaboradores saibam quando e como utilizá-la.
2. Reforce a importância do contato humano
Criar espaços de troca entre líderes e funcionários é essencial. O RH pode incentivar reuniões mais acessíveis, mentorias e programas de integração para reduzir a dependência excessiva da IA.
3. Defina os limites da IA no trabalho
A inteligência artificial é útil para tarefas como pesquisa, brainstorming e análise de dados, mas decisões estratégicas e trabalho em equipe exigem o toque humano. O RH deve mapear quais processos podem ser automatizados sem comprometer a cultura da empresa.
A tecnologia deve ser aliada, não substituta
A Geração Z trouxe mudanças profundas para o mercado de trabalho, e a confiança na IA é apenas um reflexo disso. Para o RH e os líderes empresariais, o desafio não é combater essa tendência, mas sim aprender a usar a tecnologia de forma equilibrada.
Ao incentivar o uso consciente da IA e fortalecer a cultura de comunicação, as empresas podem criar um ambiente onde a tecnologia impulsiona a produtividade, sem enfraquecer as relações humanas – e, principalmente, sem substituir o papel fundamental da liderança no desenvolvimento profissional.
