Pesquisa revela que 37% dos gestores preferem investir em tecnologia em vez de contratar jovens profissionais.

A geração Z está enfrentando um desafio inesperado no mercado de trabalho: não basta competir com outros candidatos – agora, é preciso disputar vagas com a inteligência artificial. Um estudo da Hult International Business School revelou que 37% dos gestores preferem investir em tecnologia em vez de contratar recém-formados. Mas por quê?

Enquanto as empresas buscam inovação e eficiência, os jovens profissionais lidam com um cenário cada vez mais exigente, no qual adaptabilidade e habilidades interpessoais se tornam tão importantes quanto conhecimento técnico. Será que a geração Z está preparada para esse novo mundo do trabalho?

A ascensão da IA no mercado de trabalho

Nos últimos anos, a inteligência artificial deixou de ser apenas uma ferramenta de apoio e passou a substituir funções humanas em diversas áreas. Com softwares cada vez mais avançados, empresas estão automatizando tarefas que antes eram realizadas por profissionais em início de carreira.

Isso significa que muitas funções operacionais e analíticas podem ser feitas por algoritmos, a um custo menor e com mais eficiência. Para os gestores, essa é uma escolha lógica: a IA não exige treinamento, não pede aumento de salário e não sofre com baixa produtividade.

Segundo a pesquisa, 89% dos líderes de RH evitam contratar profissionais em início de carreira, alegando que a geração Z não está pronta para os desafios do mundo corporativo. Mas quais são os principais pontos de atrito entre gestores e recém-formados?

Os desafios da geração Z no ambiente corporativo

Apesar de ser fluente em tecnologia e adaptável a novas ferramentas, a geração Z enfrenta resistência no mercado de trabalho. Entre os principais desafios apontados pelos gestores, estão:

  • Falta de experiência prática – 60% dos líderes dizem que os recém-formados não têm vivência no mundo real.
  • Dificuldade de trabalho em equipe – 55% acreditam que a geração Z não sabe colaborar bem com colegas.
  • Mentalidade global limitada – 57% dos gestores afirmam que esses profissionais não têm visão estratégica.
  • Treinamento caro – 53% consideram que preparar essa geração para o trabalho custa muito.
  • Pouca etiqueta profissional – 50% dizem que os jovens desconhecem regras básicas do ambiente corporativo.

Além disso, um dado alarmante: 54% dos profissionais da geração Z são demitidos nos primeiros 90 dias de trabalho. Esse alto índice de turnover reforça a dificuldade das empresas em integrar esses jovens à cultura organizacional.

Mas será que a IA é realmente uma alternativa melhor? Ou há um caminho para a geração Z se destacar?

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Os pontos fortes da geração Z – e como usá-los a seu favor

Se por um lado a IA vem ganhando espaço, por outro, há habilidades humanas que a tecnologia ainda não consegue substituir. A geração Z tem diferenciais importantes que podem se tornar um trunfo para se manter relevante no mercado, como:

  • Fluência digital – São nativos tecnológicos e sabem usar ferramentas de forma intuitiva.
  • Capacidade de aprendizado rápido – Cresceram com acesso ilimitado à informação e sabem buscar conhecimento.
  • Conexão com tendências e redes sociais – Entendem o impacto da comunicação digital e do branding pessoal.
  • Valores fortes – Defendem pautas como sustentabilidade, diversidade e responsabilidade social.

Esses pontos são cada vez mais valorizados por empresas que buscam inovação. Mas como transformar esses diferenciais em vantagem competitiva?

O que os jovens podem fazer para não serem substituídos?

Para evitar a substituição pela IA, a geração Z precisa ir além do conhecimento técnico e desenvolver habilidades interpessoais e estratégicas. Algumas atitudes podem fazer toda a diferença:

  • Invista em habilidades humanas – Comunicação, inteligência emocional e liderança são competências que a IA não tem.
  • Busque experiência prática – Estágios, trabalhos temporários e freelas ajudam a criar repertório profissional.
  • Adapte-se ao ambiente corporativo – Aprender a lidar com feedbacks e regras do mundo do trabalho é essencial.
  • Construa conexões – O networking ainda é um dos maiores impulsionadores de carreira.
  • Demonstre iniciativa – Profissionais proativos sempre se destacam e são lembrados pelos gestores.

IA ou conexão humana?

A inteligência artificial já está transformando o mercado de trabalho e continuará evoluindo. No entanto, isso não significa que os recém-formados estão fadados à obsolescência. A chave para se manter competitivo não está na resistência à IA, mas sim em aprender a coexistir com ela.

Em um mundo onde a automação cresce, as habilidades humanas – como criatividade, empatia e comunicação – se tornam ainda mais valiosas. Enquanto a tecnologia executa tarefas repetitivas, são as pessoas que fazem a diferença na inovação e no relacionamento interpessoal.

Para a geração Z, o desafio é claro: se adaptar, aprender com os mais experientes e provar que seu valor vai além daquilo que a IA pode oferecer. Afinal, por mais avançada que seja a tecnologia, no final das contas, o que realmente move o mundo são as pessoas.