O retorno ao trabalho após a licença-maternidade pode ser um desafio tanto para as mães quanto para as empresas. As responsabilidades familiares se misturam com as profissionais, e isso exige das colaboradoras resiliência e adaptação. No entanto, cabe aos gestores e empresas oferecer o suporte necessário para que essa transição seja mais suave e inclusiva.

Políticas de flexibilidade e programas de apoio são fundamentais para reter talentos e garantir o bem-estar das mães que retornam ao mercado. Incluir essas medidas não é apenas uma ação de empatia, mas também uma estratégia poderosa para fortalecer a equipe e a cultura organizacional.

 

A importância de apoiar mães que retornam ao trabalho

Apoiar mães que retornam ao trabalho não é apenas uma questão de empatia — é uma estratégia essencial para o sucesso da empresa. Funcionárias que se sentem acolhidas e amparadas após a licença-maternidade tendem a ser mais produtivas, engajadas e leais. A transição de volta ao trabalho é um momento delicado; sem o suporte adequado, a colaboradora pode enfrentar níveis elevados de estresse, o que impacta diretamente sua saúde e desempenho.

Empresas que priorizam esse tipo de apoio estão investindo no futuro de seu próprio negócio. Empresas com políticas inclusivas e flexíveis apresentam menor rotatividade de funcionários e maior retenção de talentos. Além disso, apoiar mães no retorno cria um ambiente de trabalho mais igualitário e colaborativo, o que beneficia toda a equipe. Uma mãe que volta ao trabalho bem apoiada é uma colaboradora mais motivada e confiante, com maior capacidade de entregar resultados e de contribuir para o crescimento da organização.

Apoiar mães que retornam ao trabalho também fortalece a reputação da empresa. Hoje, profissionais valorizam cada vez mais empresas com culturas inclusivas, e as marcas que oferecem esse tipo de apoio se destacam como líderes no mercado, atraindo os melhores talentos e clientes.

5 Dicas para apoiar as mães que retornam ao trabalho

1. Adote políticas de flexibilidade de horário

Imagine perder uma excelente profissional simplesmente porque ela não teve o suporte certo no momento mais crítico de sua carreira. Isso acontece mais do que imaginamos, e tudo por falta de algo essencial: flexibilidade de horário. Voltar ao trabalho após a maternidade é desafiador, mas com as políticas certas, a transição pode ser muito mais suave.

A flexibilidade não é um luxo, é uma necessidade. Para muitas mães, retornar ao trabalho pode ser sinônimo de noites mal dormidas, novas responsabilidades com o bebê e, claro, toda a adaptação ao novo papel. Neste contexto, horários rígidos podem se tornar um obstáculo para a produtividade e o equilíbrio emocional.

Permitir que essas mães ajustem seus horários ajuda a equilibrar as demandas profissionais e familiares, reduzindo o estresse e aumentando a produtividade. E não se trata apenas de liberar o home office, como muitas empresas acreditam. A verdadeira flexibilidade vai além, abrangendo:

  • Horários ajustáveis: O colaborador pode escolher seu horário de entrada e saída, dentro de um limite estabelecido, o que permite adequar o trabalho às demandas familiares.
  • Trabalho remoto parcial ou integral: Especialmente nos primeiros meses de volta, oferecer a opção de trabalhar de casa pode ser decisivo para a mãe que ainda está amamentando ou precisa estar mais próxima do bebê.
  • Carga horária reduzida: Algumas empresas inovadoras oferecem uma redução temporária na jornada de trabalho sem diminuir o salário, permitindo que a mãe se ajuste ao novo ritmo.

Essas medidas simples fazem toda a diferença. As mães podem dedicar o tempo necessário aos filhos, sem abrir mão da carreira, e isso reflete diretamente na qualidade do trabalho e na satisfação pessoal. Empresas que abraçam essa flexibilidade ganham em retenção de talentos, lealdade e, claro, em performance.

Quando você cuida de quem trabalha para você, a resposta sempre vem em forma de resultados. Afinal, não é sobre trabalhar mais, mas sobre trabalhar de maneira mais inteligente e humana.

2. Crie programas de apoio à saúde mental

O retorno ao trabalho envolve muito mais do que questões práticas — o lado emocional é uma parte essencial desse processo. Muitas mães passam por sentimentos de culpa, ansiedade e até depressão ao deixar seus filhos em casa para voltar à rotina de trabalho. Esses sentimentos podem gerar impactos profundos tanto na vida pessoal quanto na performance profissional, e é por isso que oferecer suporte emocional nesse momento é tão crucial para o bem-estar das colaboradoras.

Uma excelente forma de ajudar é criar programas voltados para a saúde mental. A maioria das empresas já compreende a importância de oferecer benefícios físicos, como planos de saúde, mas ainda subestima o impacto da saúde mental no desempenho e na felicidade de suas equipes. Para as mães que estão voltando ao trabalho, esse cuidado pode fazer uma diferença imensa.

  • Sessões de terapia e aconselhamento: Oferecer a possibilidade de a colaboradora fazer terapia ou receber aconselhamento com profissionais especializados, bancados pela empresa ou subsidiados, pode aliviar o peso emocional do retorno. Algumas empresas têm até parcerias com clínicas e psicólogos especializados nesse tipo de suporte.
  • Grupos de apoio internos: A criação de grupos de apoio dentro da própria empresa, onde mães possam compartilhar experiências e dificuldades, é outra ação valiosa. Além de fortalecer os laços entre as colaboradoras, esses grupos promovem um ambiente de acolhimento e compreensão, onde as mães se sentem mais seguras para expressar seus desafios.
  • Treinamentos e workshops sobre gestão emocional: Muitas vezes, o estresse do retorno ao trabalho vem da falta de preparo emocional para lidar com novas responsabilidades. Oferecer workshops sobre gestão emocional e equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode ser uma ferramenta poderosa para ajudar mães a lidarem com essa fase de maneira mais tranquila e positiva.

Esses programas não precisam ser complexos. A simples abertura para ouvir, acolher e criar um ambiente onde a saúde mental seja tratada com seriedade já faz uma grande diferença. Empresas que investem em suporte psicológico e emocional colhem frutos não apenas em termos de retenção de talentos, mas também no aumento da produtividade e no fortalecimento da cultura organizacional.

Funcionárias emocionalmente saudáveis trabalham com mais disposição, mais foco e mais satisfação — e essa é uma equação que só traz benefícios.

Woman working remotely with laptop

3. Ofereça licença maternidade estendida

Imagine o peso de ter que voltar ao trabalho enquanto seu bebê ainda depende de você quase 100% do tempo. É exatamente isso que muitas mães enfrentam ao fim da licença maternidade padrão. Embora o período legal de licença seja um direito garantido, a realidade é que, para muitas mães, esse tempo não é suficiente para se ajustar às demandas da nova vida com um bebê e se preparar emocionalmente e fisicamente para o retorno ao trabalho.

É aí que as empresas que oferecem licenças estendidas se destacam. Oferecer uma licença maior, mesmo que por algumas semanas a mais, proporciona às mães um tempo extra fundamental para se adaptar ao novo ritmo e cuidar do desenvolvimento do bebê, o que, por sua vez, melhora o bem-estar e a produtividade a longo prazo.

Essa licença estendida não precisa ser algo padronizado. Algumas empresas oferecem:

  • Semanas adicionais de licença remunerada: Um benefício direto e simples de implementar, que ajuda as mães a prolongarem o período de adaptação ao bebê sem a preocupação de retorno imediato.
  • Retorno gradual ao trabalho: Algumas companhias permitem que a mãe retorne de forma escalonada, ou seja, com uma carga horária reduzida nas primeiras semanas ou meses, até que ela se sinta totalmente preparada para retomar o ritmo integral.
  • Opções de trabalho parcial ou remoto no início: Esse modelo permite que a funcionária continue contribuindo com a empresa, mas de maneira mais flexível, sem o impacto brusco de retornar diretamente a uma rotina de 40 horas semanais.

Oferecer uma licença estendida ou um retorno progressivo é um investimento que gera resultados não só em termos de satisfação e saúde das colaboradoras, mas também em retenção de talentos e engajamento. Empresas que adotam essa prática fortalecem sua imagem como locais que se preocupam genuinamente com o bem-estar de seus funcionários. Isso melhora a reputação da marca empregadora, ajuda a atrair talentos e demonstra uma cultura empresarial que valoriza as necessidades humanas acima de tudo.

Ao oferecer esse tipo de benefício, as empresas mostram que entendem a complexidade da maternidade e que, acima de tudo, estão dispostas a adaptar suas políticas para garantir que suas colaboradoras voltem ao trabalho de forma saudável, sem pressão e com todo o suporte necessário.

4. Facilite a transição de volta ao trabalho

Voltar ao trabalho após a licença-maternidade é, para muitas mulheres, como começar de novo. No entanto, diferentemente de um novo começo cheio de expectativas, a transição pode ser difícil e desgastante se não for feita da maneira certa. Muitas mães relatam se sentirem sobrecarregadas e inseguras ao retornar ao trabalho, especialmente por causa das novas responsabilidades em casa e no trabalho.

É por isso que as empresas precisam oferecer um suporte estruturado para facilitar essa transição. Um erro comum é acreditar que, após a licença, a funcionária está automaticamente pronta para voltar à mesma rotina de antes. Na realidade, a reinserção gradual e o acompanhamento contínuo são essenciais para que essa volta seja mais tranquila e produtiva.

Existem várias formas de apoiar esse retorno:

  • Programas de reintegração personalizados: Muitas empresas de ponta estão implementando programas específicos para mães que retornam ao trabalho. Isso pode incluir treinamentos atualizados para que elas se sintam seguras em relação às novas demandas e tecnologias. Além disso, mentorias com colegas mais experientes podem ser uma excelente forma de garantir um retorno mais confiante.
  • Acompanhamento próximo por parte dos gestores: Um líder empático e presente pode fazer toda a diferença. Ter um acompanhamento regular durante os primeiros meses de retorno, com check-ins frequentes para ajustar expectativas e oferecer suporte, pode aliviar a pressão sobre a funcionária. O gestor deve estar disponível para entender as dificuldades que surgem e adaptar as metas e o ritmo de trabalho de acordo com a necessidade.
  • Metas ajustáveis e flexíveis: Ao invés de impor as mesmas metas de produtividade de antes da licença, é inteligente ajustar as expectativas nos primeiros meses. Isso não significa exigir menos qualidade no trabalho, mas entender que, para que a colaboradora retorne ao seu melhor desempenho, ela precisa de tempo para se readaptar ao ambiente corporativo. Um retorno abrupto pode resultar em desmotivação, estresse e, em alguns casos, até na saída da funcionária.

Facilitar essa transição não é apenas uma prática positiva para a mãe, mas também para a empresa como um todo. Funcionárias que se sentem apoiadas e acolhidas têm mais chances de retomar suas atividades com dedicação, comprometimento e uma sensação renovada de pertencimento. Uma transição tranquila garante que o retorno seja uma oportunidade de crescimento mútuo, tanto para a colaboradora quanto para a organização.

Ao estruturar políticas que permitam essa readaptação de forma progressiva, a empresa não só demonstra sensibilidade e empatia, mas também assegura que está criando um ambiente onde todos têm espaço para prosperar — independente de suas circunstâncias pessoais.

5. Promova uma cultura de inclusão e empatia

Benefícios e políticas são importantes, mas não significam nada sem uma cultura de inclusão que sustente essas práticas. Criar um ambiente de trabalho onde as mães se sintam verdadeiramente apoiadas e acolhidas depende de muito mais do que boas intenções — depende da construção de uma cultura de empatia e inclusão, onde todas as funcionárias possam prosperar sem medo de discriminação ou julgamento.

Para começar, é fundamental que a inclusão não seja apenas um conceito abstrato, mas uma prática diária que permeia todos os níveis da organização. Isso começa com a liderança: gestores precisam ser treinados e orientados para criar um ambiente acolhedor, onde cada colaboradora — especialmente aquelas que estão retornando de uma licença — se sinta valorizada e respeitada. Empresas que promovem uma cultura inclusiva demonstram que a diversidade e o respeito às necessidades de cada indivíduo não são apenas valores superficiais, mas parte do DNA da organização.

  • Treinamentos de conscientização e empatia: Muitas empresas estão implementando treinamentos voltados para líderes e equipes, focados em temas como diversidade, igualdade de gênero e empatia no local de trabalho. Esses programas ajudam a quebrar estigmas e educar os colaboradores sobre os desafios enfrentados por mães que retornam ao trabalho, promovendo um ambiente mais solidário e colaborativo.
  • Redes de apoio internas: Além de promover a inclusão, as empresas podem criar redes de apoio voltadas para funcionárias que são mães. Essas redes atuam como grupos de discussão, onde as colaboradoras podem compartilhar experiências e se aconselhar mutuamente. Além de fortalecer os laços dentro da empresa, esses grupos criam um sentimento de comunidade, o que é fundamental para o bem-estar no ambiente corporativo.
  • Política de tolerância zero à discriminação: Empresas que se destacam em termos de inclusão não toleram qualquer tipo de discriminação, seja por gênero, situação familiar ou escolhas pessoais. Garantir que mães, ou qualquer outro colaborador, não sejam tratados de forma diferente ou injusta devido às suas responsabilidades familiares é uma forma de reafirmar o compromisso com a equidade no local de trabalho.

A cultura de inclusão também precisa ser refletida nas ações do dia a dia, desde a maneira como as mães são tratadas em reuniões, até as oportunidades de promoção e desenvolvimento oferecidas a elas. Isso significa criar um ambiente onde não só as mães, mas todos os colaboradores, se sintam confortáveis para expressar suas necessidades sem medo de retaliação. Empresas que promovem essa cultura de empatia conseguem reter talentos por mais tempo e aumentar o nível de engajamento dos colaboradores.

No final, incluir não é uma escolha, é uma necessidade. As empresas que realmente compreendem isso colhem os benefícios de uma força de trabalho mais motivada, diversificada e, consequentemente, mais inovadora. Quando a inclusão se torna parte essencial da cultura organizacional, ela fortalece não só a moral interna, mas também a imagem da empresa no mercado.

O sucesso das empresas está diretamente ligado ao bem-estar de seus colaboradores. Apoiar as mães que retornam ao trabalho é mais do que uma necessidade, é uma oportunidade para construir um ambiente de trabalho mais inclusivo, humano e produtivo. Implementar políticas de flexibilidade, programas de saúde mental e criar uma cultura de empatia são os primeiros passos para garantir que todas as colaboradoras se sintam valorizadas e motivadas a crescer profissionalmente.

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